Bahia não quer nem saber e entra em briga com o Vitória

Foto: Letícia Martins / EC Bahia

A montadora chinesa BYD, conhecida por sua atuação no setor automotivo, tem demonstrado interesse em expandir sua presença no Brasil, incluindo o mercado do futebol. Recentemente, a dupla Ba-Vi, composta por Bahia e Vitória, buscou aproximação com a empresa para explorar possíveis parcerias. No entanto, as negociações não avançaram devido à política global da BYD de não negociar diretamente com clubes de futebol.

Essa política, adotada pela montadora tanto na China quanto em outros mercados, visa evitar associações exclusivas que possam limitar a expansão da marca. A BYD está interessada em entender o mercado do futebol brasileiro, mas prefere patrocínios de campeonatos, como os estaduais baiano e paulista, em vez de parcerias diretas com clubes.

A política da BYD de não se associar diretamente a clubes de futebol é uma estratégia global que visa proteger a marca de possíveis conflitos de interesse e garantir uma presença mais ampla e neutra no mercado. A empresa entende que patrocínios diretos podem criar rivalidades indesejadas, especialmente em mercados onde a competição entre clubes é intensa, como é o caso da Bahia com a dupla Ba-Vi.

Além disso, a BYD busca uma expansão nacional e não deseja que sua imagem fique centralizada em uma única região. A ideia é que a marca seja reconhecida em todo o território brasileiro, o que seria dificultado por uma associação exclusiva com clubes de uma única região.

Propostas apresentadas por Bahia e Vitória

O Vitória foi o primeiro a se movimentar, convidando representantes da BYD para conhecer suas instalações e apresentar a importância social do clube, incluindo projetos como o Vitória Cidadania. Além disso, foi proposta a venda dos naming rights do estádio Manoel Barradas, o Barradão, para que passasse a contar com a nomenclatura da BYD. No entanto, essa proposta ainda não teve retorno da montadora.

Por outro lado, o Bahia também fez um aceno à BYD, com o CEO do clube visitando a inauguração de uma concessionária da empresa em Salvador. As duas equipes buscaram entender as intenções da BYD para o futebol brasileiro, mas a política de não negociar diretamente com clubes impediu avanços significativos.

A intensa rivalidade entre Bahia e Vitória é um fator que a BYD considera ao avaliar possíveis parcerias. A empresa entende que, ao se associar a um dos clubes, poderia criar um desequilíbrio na região, o que não é desejável para sua estratégia de marketing. Um exemplo citado foi o patrocínio “casado” da OAS com ambos os clubes entre 2010 e 2013, que buscava evitar favorecer um lado em detrimento do outro.

Para a BYD, qualquer parceria na Bahia precisaria contemplar ambos os clubes, o que complicaria ainda mais as negociações, dado o desejo da empresa de manter uma presença neutra e expandir sua marca em todo o Brasil.