Nos últimos anos, as apostas esportivas se tornaram uma prática comum entre atletas, muitas vezes com consequências devastadoras. O caso do ex-jogador Dodô, que atuou pelo Bahia, ilustra bem os perigos desse vício. Aos 25 anos, Dodô revelou que sua dependência em apostas esportivas não apenas custou sua carreira, mas também afetou suas relações familiares.
Em entrevista ao portal “ge”, Dodô revelou que começou a apostar influenciado por colegas do meio futebolístico. Inicialmente, ele via as apostas como uma forma de entretenimento e uma chance de lucro fácil. No entanto, a prática rapidamente se transformou em um vício que consumiu suas finanças e foco profissional, chegando a perder quase R$ 1 milhão devido a essa compulsão.
“Comecei nessas apostas esportivas através de outras pessoas, que eram do meio do futebol. Eu vi que ganhava, que perdia e aí comecei a pegar interesse e fazer alguns joguinhos. Fazia de R$ 10 para tentar ganhar R$ 1.000 e não conseguia. Eu ia jogando e vendo coisas da internet, desses caras que apostam, que tinha que aumentar o valor e diminuir o número de jogos. E fui pegando esse costume: jogava e ganhava, perdia, ganhava, perdia. Teve vez que eu ganhei R$ 50 mil no final de semana, teve vez que perdi os R$ 50 mil”, revelou o ex-jogador do Bahia.
Ex-Bahia revelou que apostas o prejudicaram em campo
O envolvimento excessivo com apostas esportivas pode prejudicar significativamente o desempenho de um atleta. No caso de Dodô, ele passou a negligenciar seus treinos e compromissos profissionais. Ao invés de descansar para as atividades do dia seguinte, ele passava noites em claro apostando em jogos internacionais. Essa rotina prejudicou seu rendimento em campo, levando a uma queda de desempenho notável.
“Eu percebi que estava viciado quando comecei a deixar de focar no futebol. Por exemplo, a gente tinha que treinar 8h da manhã, eu apostava em jogos da Austrália, da Coreia, que começavam duas 2h da manhã e acabavam 4h30, 5h manhã e aí ia dormir. Perdia a aposta e dormia poucas horas de sono e no outro tinha que treinar. Meu rendimento dentro de campo ia caindo. Teve uma época que percebi que tava desfocado, que eu ficava viciado: perdi, mas vou recuperar, perdi, mas vou recuperar, mas ia só perdendo, perdendo”, continuou Dodô.
Além disso, a pressão para recuperar perdas financeiras pode levar a decisões impulsivas e arriscadas. Dodô, por exemplo, chegou a apostar R$ 50 mil em um único jogo, na esperança de recuperar o que havia perdido. Infelizmente, essa tentativa resultou em mais uma derrota financeira.
Dodô iniciou sua trajetória no futebol pelo Botafogo-SP e, em 2021, se juntou ao Bahia para integrar o elenco de aspirantes. Durante sua passagem pelo clube, disputou 11 partidas entre o Campeonato Baiano e o Brasileirão Sub-23, balançando as redes uma vez.
Depois de sair do Bahia, o jogador vestiu as camisas de Mirassol, Grêmio Prudente, Anápolis, Ferroviária e Democrata. Neste ano, foi contratado pelo Campinense, porém atuou em apenas duas partidas pela equipe paraibana.
